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Júlia Lima, 24 anos, estudante de Medicina da FAMINAS-BH, 5º período. Descrever quantos anos eu tenho, onde estudo, o que faço ou deixo de fazer e outros detalhes pessoais não diz muito sobre mim. Não acredito em rótulos! E por falar nisso, não acredito que nós mulheres somos mercadorias, nem tão pouco objetos que podem ser sexualizados e minimizados como temos visto na nossa sociedade. Aceitar que o machismo é somente uma coisa que está enraizada na nossa sociedade e se esquecer dos inúmeros crimes que esse tipo de preconceito gera é no mínimo inadmíssível! Durante toda minha vida lidei com pessoas que achavam comum a objetificação sexual da mulher, pessoas que acham que uma boa propaganda de cerveja tem que ter mulher de biquini passeando na tela, pessoas que acham que o funk só toca para que as mulheres possam rebolar suas bundas como modo de provocação e atração para os homens, pessoas que partem do pressuposto que mulheres tem seu mundo pensado e planejado em volta do sexo oposto e que se calam diante da intimidação de pessoas com esses tipos de pensamentos. Lamentável ne?! Não serei hipócrita de dizer que não sou preconceituosa, todos nós somos, todos temos um preconceito dentro de nós, mas o que me difere das demais pessoas é que eu tento romper todos os dias com esse tipo de preconceito que me ronda, tento diariamente negar o rótulo que me deram desde o dia em que nasci: que eu deveria me vestir “adequadamente” para não ser julgada, que a mulher que se senta sozinha em um bar ou numa sala de cinema é fracassada, que atividades como trocar meu próprio chuveiro, a lâmpada queimada ou o pneu do carro são indignas para um sexo tão “frágil” quanto o meu (eles dizem). E daí vem a falsa sensação de que sempre precisamos de um cônjuge para tanto. Contudo, dia após dia, nós, vamos provando como é viver sem essa falsa sensação de dependência e aprendendo a nos amar por inteiro, a romper com os mínimos atos machistas e evitar de modo gradativo a violência advinda deles.


“O preconceito vive dentro de nós e reconhecê-lo é primordial para dar força ao movimento”

Júlia Lima

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