Violência Física
- Mulheres Apagadas
- 19 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de mai. de 2019

Violência física é uma das formas de violência mais presentes na sociedade, em que o agressor causa ou tenta causar dano, de maneira não acidental, usando a força física ou através de armas, acarretando em lesões externas, internas ou ambas. São exemplos: socos, tapas, empurrões, chutes, queimaduras, cortes, lesões por armas de fogo, arrancar a roupa, tirar de casa a força, entre outros.
Na década de 50 e 60, o machismo era enfatizado através de propagandas de cunho agressivo e opressor. Propagandas como as citadas abaixo demonstram a fragilização feminina diante do sexo oposto, que eram tidas como modelo de reprodução. No período, o ideal do matrimônio feliz era baseado na forma como as mulheres deveriam se comportar dentro e fora do espaço doméstico. Como as revistas e os jornais eram uma importante fonte de informação e referência para a sociedade, a violência contra a mulher era cada vez mais enfatizada diante da alienação promovida por tais meios de informação.


Na mídia são divulgadas diariamente reportagens que demonstram que a violência física é um problema presente na nossa sociedade. "Estudante de BH diz ter sido espancada pelo namorado nos Estados Unidos", "Imagens mostram advogada que caiu de prédio sendo agredida pelo marido", "Marido levou corpo da mulher para o apartamento após queda do 4º andar em Guarapuava, diz delegado", "Empresária fica desfigurada após apanhar de homem durante o primeiro encontro, no RJ", "Mulher é espancada no Rio e jovem é preso em flagrante", "Mulher é agredida por agente da Força Nacional durante discussão sobre portão no RJ, diz polícia", "Mais de mil inquéritos de violência contra a mulher são instaurados em três meses, na Paraíba", "Mulher violentada com cabo de vassoura em AL diz à polícia que marido a agrediu por ciúmes": são algumas das inúmeras manchetes que encontramos todos os dias nos mais diversos meios de comunicação.
A relação de poder entre os sexos, chaga social arraigada em culturas milenares e reproduzida ao longo da história em proporção global, chega à atualidade com intenso vigor atingindo homens e mulheres de todas as camadas sociais. Nesse sentido, a condição sociopolítica da mulher, sua posição de segundo sexo, conforme interpretação de Simone de Beauvoir, representa um problema sério e de difícil desconstrução. Diversas são as manifestações sociais através dos meios de comunicação a fim de combater esse contexto histórico machista e retrógrado na sociedade, como o perfil do Instagram denominado ''@maselenuncamebateu'' que busca incentivar mulheres à denunciarem esse tipo de violência contra a mulher.

O seguinte gráfico demonstra a epidemiologia em relação a taxa de homicídios de mulheres no Brasil. Com exceção do Paraná, os estados registraram uma taxa maior de violência letal contra mulheres pretas e pardas do que contra mulheres brancas. Alguns estados chegam a apresentar taxa de homicídio de mulheres pretas e pardas mais de três vezes superior à de mulheres brancas, como é o caso de Amapá, Pará, Roraima, Pernambuco, Piauí e Espírito Santo. Roraima e Ceará merecem atenção por uma peculiaridade: em 2014, a taxa de homicídios de mulheres de todas as raças foi superior tanto à taxa de homicídios de mulheres brancas quanto de homicídios de mulheres pretas e pardas. Isso porque, nesse ano, registrou-se um número de homicídios de mulheres indígenas superior à soma de registros de homicídios de mulheres brancas, pretas e pardas. Já no Ceará, em 2014, a taxa de homicídio de mulheres de todas as raças foi superior às taxas referentes às mulheres brancas e às pretas e pardas, porque em cerca de 40% dos registros de homicídio de mulheres ocorridos no estado não há informação referente à raça da vítima.

A Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, como Lei n.º 11.340 visa proteger a mulher da violência doméstica e familiar. Essa lei ganhou este nome devido à luta da farmacêutica Maria da Penha para ver seu agressor condenado.

Referências utilizadas:
TRIBUNAL de Justiça - Coordenadoria da Mulher. Sergipe, 2018. E-book.
CONSELHO Nacional de Justiça - Formas de violência contra a mulher. São Paulo, 2019. E-book
Comments